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Nick Fury, Agente da SHIELD # 02

Por Danilo 'Doc Lee' Anastácio

Nova York, rua próxima do prédio da Chrysler, madrugada.

Pedaços de papéis rasgados flutuam sobre o local e fora dele, algumas molas do colchão rolam pela calçada da rua. A televisão do quarto, assim como uma cômoda, o criado-mudo e a cama estão quase que fisicamente impossibilitados de continuarem existindo.

Com a explosão ocorrida no apartamento, tudo foi destruído dentro dele. Até mesmo Nick Fury, aparentemente.

Aparentemente.

— Não achei que você ainda fosse capaz de cair nesse tipo de armadilha, Fury.

— É que eu sabia que você viria me salvar, Natasha.

— Então provavelmente estávamos atrás da mesma coisa. — Viúva-Negra, ex-agente da KGB, conversa com Fury enquanto o segura com um dos braços e sobe a parede do prédio com uma corda da sua pulseira.

— Sim, aquele alemão safado. Ah, se eu achar ele, eu vou bater tanto no desgraçado que ele vai se lembrar da segunda guerra mundial, mesmo sem ter estado lá.

— Calma, camarada. Você terá tempo pra isso.

A Viúva-Negra e Nick Fury chegam ao topo do pequeno prédio. O agente senta no chão, enquanto a russa tenta observar a movimentação na rua com um binóculo.

— Trabalhando por conta própria, Natasha?

— Sim. Estava investigando os apartamentos dos outros arianos que moram em Nova York. Os rapazes devem estar se reunindo em algum lugar da cidade daqui a pouco e não é pra fazer um bar mitzvah.

— Supus isso. — diz Fury enquanto acende um novo charuto — Mas você falou "arianos"?

— Arianos. A raça ariana, que Hitler queria que fosse a raça dominante do mundo. Esses alemães têm a descrição perfeita dos arianos, estou chamando eles assim.

— Hm. — o espião joga um pouco de fumaça no ar — Isso pouco a pouco vai fazendo sentido. Tenho minhas pistas também.

— Por exemplo...?

— Por exemplo a pista que leva você até o quarto do meu apartamento.

— Hahah! Fury, estamos trabalhando. Hm, acho que sei onde os arianos devem estar indo. — Viúva entrega o binóculo a Fury, que se levanta para ver e aponta o local.

— Boa sacada, russa. Então, que tal entrarmos nessa missão juntos?

— Por mim, não tem problema nenhum. — ela lança sua corda num prédio mais alto.

— Não, eu quis dizer juntos.

Fury segura o charuto com uma mão, e com a outra envolve o corpo de Natasha Romanov pela cintura, roubando-lhe um beijo.

If They Move, Kill 'Em

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Porta-aviões da SHIELD

Quase uma centena de homens trabalha ao mesmo tempo na sala na qual Gabe Jones, agente com um alto posto de comando na SHIELD, está observando tudo. Recebe alguns relatórios, analisa alguns dados, enquanto os agentes à sua volta buscam por um número cada vez maior de informações. Jones sobe a escada que leva até sua sala, mas pára quando um agente grita pelo seu nome.

— Sim?

— Sr. Jones, temos uma chamada urgente de videofone na linha 25. — diz o homem de óculos e com um fone de ouvido.

— Hm. Ponha no telão.

O homem assente e Gabe desce as escadas para observar melhor o telão que fica à sua esquerda no grande cômodo. Onde antes havia números e informações, agora surge a imagem mal definida de uma bela mulher de cabelos castanhos, um pouco machucada e suja, vestindo um guarda-pó branco. Gabe Jones a reconhece.

— Moira? Moira MacTaggert, é você? — pergunta ele, assustado.

S-sou eu! Você é *tsshh* Jones? — tanto o som quanto a imagem estão com problemas.

— Sim, Gabe Jones. Onde você está? O que aconteceu com você?

Me prenderam *tsh*qui. — diz Moira, desesperada, sem saber se murmura para não ser ouvida ou se berra de nervosismo. O vídeo tem alguns chiados — Me mandaram fazer um *tsshh* de arianos! Me tirem *tsshh*!

— Arianos? Mas que diabo! Dê mais informações, Moira!

O *tssshhhhh* me seqüestrou! *tshh* tirou da Ilha Muir e me trouxe pra cá! *tssshh*judem!

— A conexão está com problemas, quem você disse que a seqüestrou? — Gabe põe as mãos sobre uma mesa, enquanto os outros homens prestam atenção na conversa.

O C*tttsssh* *ttssshh*a... Oh, meu Deus!

A luz de uma porta se abrindo surge atrás do rosto de Moira no vídeo. Ela olha para trás, em desespero.

Então você está aqui! — diz uma voz vinda da porta. Moira MacTaggert olha para trás e sai da imagem, escorregando lentamente para baixo, aparentemente sentando-se no chão. Um vulto sai da porta e se aproxima dela — Desgraç*tssh*!

— Moira?! Fale comigo, Moira! Quem é você, seu filho da mãe desgraçado?

Volte *tssshh* seu lugar! — O vulto empurra Moira pra perto da porta. Gabe reconhece o sotaque alemão do vulto falando, apesar da parca qualidade do som.

Suas suspeitas acabam quando o rosto deformado do Caveira Vermelha aparece na grande tela, em seguida dando um soco no aparelho de videofone. Apenas o chiado fica no telão.

— Eu devia ter adivinhado. — conclui Jones — Conseguiram detectar de onde estava sendo feita a ligação?

— Não, senhor. — responde um agente ao seu lado.

— Diabo. Liguem para o Fury e me dêem um fone.

Jones recebe um fone de ouvido e ajeita o microfone deste.

— Alô, Fury?

— O Caveira Vermelha? Já tinha adivinhado. — após terminar a frase, Nick Fury dá um tiro na cabeça de mais um ariano, que tentava ameaçá-lo com um soco de direita que ele aprendeu sem prestar muita atenção.

Nick e a Viúva-Negra iniciaram há pouco seu ataque contra um grupo de arianos que aparentemente pretendia instalar bombas em alguns prédios. Nick recebera há pouco uma ligação da SHIELD, ao mesmo tempo em que a ex-agente da KGB dava um último chute num último ariano, que sequer berra de dor.

— Moira MacTaggert? Putz, ela é bióloga, não é? Então deve estar mesmo envolvida no projeto dos arianos. Hm. Sei. Tá. Até mais, então. — o agente desliga o celular.

— E então? — pergunta Natasha.

— Confirmaram o Caveira Vermelha. E o cara seqüestrou a Moira MacTaggert, provavelmente pra projetar geneticamente esses manés loiros.

O ariano, aparentemente vencido pela Viúva, ameaça se reerguer por trás dela, mas Fury o impede dando um tiro certeiro no olho direito do homem.

— Obrigada. Onde está a Moira, então?

— Não conseguiram descobrir. Vamos ter que dar um jeito de resgatar ela e pegar o Caveira.

— Mas como?!

— Temos que dar um jeito. Somos os heróis. — Fury avista alguns carros se aproximando deles em uma das ruas. E logo depois, mais carros em cada lado da rua em que estão — Hm, merda.

Repentinamente, Nick e Natasha se vêem cercados por todos os lados. Dos carros, saem vários arianos, que se posicionam em locais estratégicos apontando-lhes armas perigosamente pesadas. De um dos carros, surge um homem de quase dois metros e meio, vestindo sobretudo e chapéu marrons.

— Acho bom cês não irem pra muito longe, caras. — diz o homem, com uma voz grossa.— Por que os arianos aqui sabem mexer nessas armas e estão loucos pra usá-las.

O homem tira seu chapéu e mostra seu rosto, coberto por uma máscara branca com o desenho de um crânio.

— O nome é Ossos Cruzados. — diz o ser imenso — E cês podem ir largando as armas, devagar.

Os heróis se entreolham. Fury assente com a cabeça e ambos largam seus equipamentos no chão. Rapidamente, alguns arianos os cercam e começam a amordaçá-los.

— É isso aí. — fala Ossos Cruzados — Ponham eles num dos carros. E se eles se moverem, matem-nos.

Viúva-Negra e Nick Fury acordam, mas não sabem quanto tempo depois. Só se lembram que os arianos e Ossos Cruzados os jogaram em carros e os sedaram depois. No momento, ambos estão sendo arrastados por dois arianos cada um, dentro de um corredor cujas paredes são de metal.

— Mas o q... — o espião arrisca balbuciar algumas palavras, mas a mão de um ariano acerta seu rosto.

— Calaboca aí, Fury. — ordena Ossos Cruzados, que os segue de perto logo atrás deles.

Os arianos abrem uma cela no fim do corredor e jogam Natasha e Fury dentro dela, já sem as mordaças.

— Cês vão ficar aí um tempo. — fala Ossos Cruzados, já sem o sobretudo, portanto mostrando sua camiseta com o desenho que deu origem ao seu codinome (*) — Depois cês vão saber por que tão aqui. Você, — ele aponta pra um ariano — fica de olho neles, hein. Eles são malandros.

O guarda ariano tranca a cela. A porta tem pelo menos quinze centímetros de espessura, e é feita de alguma liga de metal aparentemente resistente. Há apenas uma minúscula janela onde quem está fora da cela pode ver o que ocorre dentro dela e alguns furos minúsculos para passagem de ar.

Natasha deita-se em uma das propositalmente mal-feitas camas da cela, Nick senta na mesma.

— Bah, os filhos da mãe me levaram o isqueiro e meu charuto.

— Hm, mas e agora? O que o Caveira quer com a gente?

— Sinceramente? Não sei. — Nick deita-se ao lado de Viúva na cama, passando sua perna direita por entre as pernas dela — A gente tem tempo pra pensar nisso.

A Viúva-Negra estranha a frase, mas ela logo esquece quando eles começam a se beijar, enquanto Fury passa a mão pelo corpo voluptuoso dela.

Ao mesmo tempo, o guarda ariano presta atenção na nula movimentação do corredor, mesmo sem notar uma mosca que sobrevoa os cantos metalizados do local.


:: Notas do Autor

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