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Capitão América & Namorita # 02

Por Robson Costa

Em Busca de Namor (*)
Parte II

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— Você tem idéia de onde eles estão nos levando, Namorita? — pergunta Capitão América, enquanto segue a nave atlante.

— Não, Capitão. Nunca estive por estas regiões antes.

A nave prossegue por mais alguns quilômetros até parar ao lado de uma caverna. Capitão América pára ao lado. Um grupo de soldados sai da nave e nada até perto do mini-submarino. Os heróis entendem o gesto. Eles saem da embarcação e passam a seguir os soldados, que nadam em direção à caverna. Logo na entrada, está Krang os esperando.

— Namorita! Como vai, prima? Estávamos aguardando a sua chegada. Que interessante! O seu companheiro ainda não tinha sido identificado. Como vai, Capitão América?

— Krang, o que significa isso? — pergunta Namorita — De que missão o oficial da nave de guerra falou que me envolvia?

— Logo todas as suas perguntas serão respondidas. Por favor, me acompanhem.

Os heróis seguem Krang até o interior da caverna. Logo após a abertura, uma imensa sala natural se abre para eles. Steve Rogers e Namorita não podem disfarçar a surpresa e o espanto com a beleza natural do local. Logo, eles percebem que a caverna também sofreu alterações. Ela parece uma sala de trono, inclusive com um trono no meio dela. E sentado nele, Namor tratando com alguns ministros atlantes.

— Majestade! — anuncia Krang — Os seus convidados chegaram!

Arliss acha que nunca se divertiu tanto assim. Ele conhecia uma rota usada pelas tropas atlantes. Armou uma emboscada e os atacou de surpresa. Mesmo armados, não foram páreo para a fúria assassina do vilão. No final, apenas o oficial do pelotão sobreviveu. Porém, ele está com as pernas quebradas, o que dificultaria a ele nadar até um outro posto. Além disso, aquela área é infestada de tubarões, que começam a se aproximar devido ao sangue que se espalha.

O jovem tenente treme. Já ouvira relatos das lutas entre Namor e o Tubarão-Tigre, mas nunca pensou que iria encontrar com ele. O vilão se aproxima dele.

— Muito bem, soldadinho. Eu sei que esta rota sempre foi utilizada pelos exércitos atlantes para movimentação de tropa. Mas percebi que o movimento está um pouco acima do normal. Acho que aqui tem dente de "tubarão" nesta história toda, não é?

— Não faça nada comigo, por Netuno! — implora o tenente.

— Apenas me diga o que eu quero saber e nada vai te acontecer. Namor ainda está foragido ou não?

— Não. O rei Namor está escondido em uma caverna afastada daqui. Após ter sido derrotado pelas forças da superfície, (**) ele se escondeu para reagrupar as forças e continuar com o seu plano.

— E onde é esta caverna?

O militar descreve a rota e passa as coordenadas da caverna. Tubarão-Tigre sorri.

— Muito bem, soldadinho. Você foi muito útil. Assim, desta forma, vou lhe presentear.

O vilão agarra o pescoço e, antes que o atlante perceba, o destronca.

— Você sofreria muito mais nos dentes dos tubarões. Agradeça por isso.

Tubarão-Tigre nada de volta a superfície. Lá, a embarcação da LexCorp o espera.

— Muito bem! — ele diz — Tenho as coordenadas. Agora Luthor terá a sua vingança.

— Namorita! Capitão América! Aproximem-se! Fico muito feliz em revê-los. — Namor os recepciona.

Nita Prentiss e Steve Rogers aproximam do trono onde Namor continua sentado.

— Mas o que significa isso? — pergunta Namorita, um pouco aturdida.

— Um esconderijo que mantinha preparado caso meu plano como Arjuna desse errado. Afinal, como você mesmo sabe, Capitão, os Vingadores nunca podem ser considerados totalmente derrotados, a não ser quando mortos realmente.

— Quando a Namorita me procurou, — fala Steve Rogers — acreditei na teoria dela. Que você estaria sobre efeito da Coroa da Serpente ou alguma outra forma de controle mental, para fazer o que fez.

— Capitão, não entendo a surpresa. — diz Namor — A minha maior preocupação sempre foi Atlântida. Tentei fazer o jogo de vocês, habitantes da superfície, mas não tenho o traquejo político necessário. Você precisava ver o meu povo. Eles não eram mais nem sombra do povo orgulhoso e glorioso que comandava todos os mares e oceanos do mundo. Cidades rebeldes aproveitaram-se da nossa fraqueza para declararem independência. As nossas riquezas iam sumindo ou pela exploração ou pela poluição vinda da superfície. Lembro que você me aconselhou a entrar para a ONU. Para poder defender o meu reino. Mas diplomatas conseguem ser piores que saqueadores. Estes pelo menos usam armas. Os diplomatas nos tiram tudo através de palavras e conchavos.

— Primo, não entendo. Por que tudo isso?

— Namorita, eu quero devolver a glória de Atlântida. Erguê-la novamente. Depois trazer de volta as colônias rebeldes de Poseidônis, Lemúria e outras, para que tenhamos uma Atlântida única e senhora novamente dos oceanos do planeta.

— Krang, então, é apenas um disfarce. Um lobo em pele de cordeiro. — fala o Capitão América.

— Meu rei me passou esta tarefa. — fala Krang — Reconquistar a simpatia dos governos da superfície. E estou obtendo sucesso. Dentro de alguns dias, os Estados Unidos e Atlântida assinarão um tratado de paz.

— E eu assumirei novamente o trono de Atlântida, para que o meu plano transcorra novamente.

Namorita e Capitão América trocam olhares significativos. Não havia ninguém controlando Namor. Era ele o responsável por tudo. Eles olhavam, decepcionados, o amigo que se tornava cada vez mais igual a outros lunáticos e tiranos que eles mesmos já haviam combatido. De repente, um alarme soa.

— Há um invasor na caverna! Protejam o rei! — fala Krang.

Imediatamente, um pelotão põe-se em volta de Namor. Logo todos reconhecem a causa de tudo: Tubarão-Tigre. O vilão conseguiu entrar na caverna e, agora, diverte-se em atacar as forças atlantes. Krang, após ter dado a ordem para os soldados, avança em direção de Arliss. Tubarão consegue desarmá-lo.

— Então você é agora pau-mandado do Namor! Que decadência, Krang!

O vilão começa a bater nele, levando o atlante a inconsciência. Porém, antes que a situação se agrave, o escudo do Capitão América atinge o Tubarão-Tigre, fazendo com que ele solte Krang. Enquanto Steve Rogers nada para resgatar o primo de Namor, Namorita avança velozmente contra o vilão. O impacto é grande e o Tubarão-Tigre choca-se contra a parede da caverna. Agora, ele está tomado pela fúria e ataca Nita. Capitão América leva o desacordado Krang para um grupo de soldados e nada em direção à luta. A luta é feroz, com os combatentes trocando socos cada vez mais fortes. Capitão lança novamente o seu escudo. Mas desta vez, o Tubarão-Tigre percebe e desvia do ataque. Namorita aproveita e golpeia com mais força. Tubarão-Tigre fica tonto. Nita, de posse do escudo, o ataca, usando o escudo como uma arma. A fúria dos golpes de Namorita pega de surpresa o vilão, que mal consegue se defender. Percebendo que seria vencido, Arliss nada para trás de uma parede de coral, forçando-a contra os seus adversários. A parede cede e começa a cair em cima de Nita e do Capitão América, que só tem tempo de proteger a ambos atrás do escudo. O vilão aproveita para fugir.

Enquanto se recompõem do ataque, Namorita e o Capitão América vêem um pelotão partindo atrás do vilão e Namor os aplaudindo. É então que eles percebem que Namor não havia se manifestado em nenhum momento da luta.

— Muito bem, meus amigos! A luta foi excelente! Eu tinha certeza que vocês dariam conta da piada que é o Tubarão-Tigre. Mas agora tenho que partir. Este esconderijo não é mais seguro.

Namor começa a dar ordens para os seus oficiais prepararem a mudança. Ele pergunta sobre o estado de Krang, mas os médicos presentes garantem que ele se recuperará. Capitão fica irado com tudo o que aconteceu e parte para cima de Namor, porém, antes que possa fazer alguma coisa, uma tropa atlante posiciona-se entre eles. Namorita nada em direção de Steve Rogers, buscando acalmá-lo. Eles sabem que não adianta atacar. Há muitos soldados. Seria um ataque suicida.

— Capitão! — fala Namor — A sua missão terminou. Retorne a Nova York e aos Vingadores. Prometo que a minha luta não se direcionará aos habitantes da superfície. Só quero trazer de volta o orgulho e a glória perdida de Atlântida. Ver novamente a altivez do meu povo. Sei que você não concorda com os meus planos. Mas saiba que apenas viso o bem-estar de Atlântida. Espero que possamos ser amigos ainda.

Os heróis olham para o rei de Atlântida. Namorita parte rapidamente, sem responder ao seu primo. Os seus olhos enchem de lágrimas. Steve Rogers vê a sua companheira de missão partir. Vira-se para Namor e diz:

— Não o considero mais meu amigo. Até mais, majestade. — ele parte em seguida.

Um silêncio absoluto toma conta da caverna.

Algum tempo depois, uma matéria especial é exibida em todas os canais de televisão.

Estamos presenciando um momento histórico. Namor é novamente coroado rei da Atlântida. Namor foi encontrado há algumas semanas atrás por tropas atlantes. Ele foi preso, mas exames feitos descobriram que Namor estava sofrendo de um antigo mal que o tornava totalmente paranóico e agressivo. Segundo Krang, o antigo governante provisório de Atlântida, tal doença é semelhante à doença conhecida na superfície como porfíria, mas ataca apenas os Homo mermanus. Agora Namor está curado. Horrorizado com tudo o que fez, ordenou que fosse paga uma indenização a cidade de Nova York, como forma de se desculpar pelo ataque. Além disso, Namor se prontificou que Atlântida faça parte da Coalização da Boa Vontade, na sua luta contra o terrorismo. O embaixador William Foz, representante dos Estados Unidos...

Neste momento, três televisores são desligadas ao mesmo tempo. Sentimentos de indignação, revolta e decepção passam pela cabeça deste três telespectadores. Capitão América retorna a leitura de um livro. Luthor lança um vaso contra a parede do seu escritório. E uma titã chora desconsolada.


:: Notas do Autor

(*) Minissérie desenvolvida a partir de idéia "apropriada" do Conrad Pilcher. voltar ao texto

(**) Em Vingadores # 11. voltar ao texto




 
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