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Mulher-Maravilha # 18

Por JB Uchôa

Cavalgada da Morte
Parte I

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Residência das Sandsmark, Gateway City, Califórnia.

— Professora Sandsmark — diz Emma Frost, enquanto retira os óculos escuros e os coloca no alto da cabeça -, estive observando sua filha. — Helena e Cassandra se entreolham, desconfiadas.

— Entre, por favor, senhora...?

— Srta. Frost. Mas me chame de Emma, por favor. — a Rainha Branca sorri para Cassandra.

— Emma. Bem, é bastante incomum alguém vir à minha residência dizer que tem observado minha filha. — Helena faz menção para que a inesperada convidada se sente — Cassandra, traga um café para a srta. Frost.

— Com adoçante, querida. Talvez tenha sido um pouco rude de minha parte, mas represento a Escola Xavier para alunos superdotados, e pelo que andei observando de Cassandra, ela tem o perfil ideal para integrar nosso corpo discente.

— É uma escola particular, eu não tenho condições...

— Ela terá uma bolsa, Helena. Posso chamá-la de Helena, não? — Emma Frost observa atentamente a posição da curadora do museu de Gateway. Os braços cruzados demonstram uma posição defensiva — Seus estudos serão custeados pela Escola...

— Desculpe interrompê-la, mas não entendo o interesse repentino em minha filha. Cassandra nunca foi considerada aluna exemplar, sempre passou de ano, mas também sempre teve uma certa... falta de comprometimento.

— Mãe... — Cassie retorna à sala, trazendo uma bandeja com duas xícaras de café.

— Sua filha possui um perfil adequado para ingressar na escola. É uma chance única, onde terá seus estudos dirigidos, professores experientes e alunos com o mesmo perfil de desenvolvimento.

— Mãe...

— Humm. Mesmo assim, gostaria que Cassandra continuasse perto de mim. A Escola Xavier não fica na Califórnia, fica?

— Não, fica em Nova York. — ao ouvir o nome da cidade, Helena pensa que Emma Frost possa ter sido enviada por Diana para acompanhar Cassandra.

— Alguém... indicou Cassandra? — pergunta Helena, entre um gole de café e outro.

— Mãe!

— Calma, filha. Deixe-me conversar com a srta. Frost...

— Mãe, diga para a srta. Frost que eu não sou mutante. — as duas mulheres param de verter suas xícaras e olham para Cassandra.

— Mas, filha, é claro que a srta. Frost...

— Sua filha é mutante, e acredito que nível A. Em nossa escola ela aprenderá a lidar melhor com seus poderes, e... — Helena e Cassie começam a rir.

— Desculpe. Realmente, me desculpe. — pede Helena, em meio a risos — Minha filha não é mutante.

— Definitivamente! — completa Cassie — Eu sou a Garota-Maravilha. Recebi meus poderes do próprio Zeus. — fala uma Cassandra orgulhosa.

— Claro... — com um sorriso, Emma Frost muda a "perspectiva" das duas — Como íamos dizendo, professora Sandsmark, a senhora gostaria de preencher os formulários de matrícula?

— Claro. Cassandra, me traga a caneta, por favor? — enquanto a Garota-Maravilha abre uma gaveta e entrega a caneta para a mãe, senta-se ao lado da Rainha Branca, que aguarda a conclusão do preenchimento da papelada.

Cidade de Nova York.

— Então foi isso, Donna. — explica Diana, debruçada na varanda — Eu não poderia continuar em Gateway oferecendo riscos desnecessários para Cassie e Helena.

— Entendo... mas não concordo. Talvez você não deva encarar como uma mudança, mas sim como umas férias! Eu mesma estou precisando de uma depois do que passei com os Titãs (*). Ver Vanessa transformada em Cisne de Prata deve ter mexido muito com você, é normal sentir-se responsável! — Tróia coloca a mão no ombro da Mulher-Maravilha — Mas, enquanto isso, que tal você ficar aqui em casa? Acabei a reforma há pouco tempo! — Tróia sorri e Diana sorri de volta.

— Mandei uma mensagem a Themyscira pedindo que nossa mãe designe alguém para acompanhar Cassandra e Helena enquanto estou fora.

— Excelente! Agora que tal um sorvete para nos ajudar a falar mal dos homens? Algum gato bonito tem andado por Gateway?— as duas riem e saem abraçadas da varanda.

Ilha Paraíso, Themyscira.

— Minha rainha! Minha rainha! — Penélope entra correndo pelo salão do palácio. Traz consigo uma pequena pomba com um diminuto bilhete preso em sua pata esquerda.

— Acalme-se Penélope, o que a traz tão apressada aqui? — Hipólita levanta do trono e pega o pequeno pedaço de papel das mãos da amazona — Pelos deuses, notícias de Diana!

— Alguma novidade? — pergunta Ártemis.

— Sim, Ártemis, algumas. Penélope, chame Helena ou Tara, pedirei que partam imediatamente para o mundo do patriarcado. Diana precisa de que alguém acompanhe os passos de sua pupila, a jovem Cassandra.

— Eu posso ir, Hipólita. — fala Ártemis, em um tom sério — Já vivi no mundo dos homens, as outras iriam precisar mais de auxílio do que poderiam prestar.

— É verdade, Ártemis... é verdade. Peço então que vá, e verifique quais cuidados a jovem precisa. Entretanto, lembro da responsabilidade que assumiu, e preciso que retorne o mais breve possível a Themyscira. — quando Hipólita pára de falar, Ártemis sai do salão em direção aos seus aposentos de primeira-ministra. Ao adentrar na suntuosa suíte com lençóis de seda, já encontra uma ocupante.

— Sabia que você viraria garota de recados, Ártemis, era só questão de tempo... e nem foi tão longo assim, não é? Hipólita apenas nos ludibriou... novamente, só para constar. — a bela mulher morena, de traços rudes e um tapa-olho, está visivelmente aborrecida.

— Fátima, será que os anos a deixaram tão burra a ponto de não perceber nada? Ou a falta de um olho a deixou mais cega? — Ártemis chega perto da companheira e segura firme o seu pescoço — Nunca em sua decrépita vida ouse dizer que sou uma menina de recados! Nunca! Se vou ao mundo do patriarcado não é porque nossa rainha mandou, ou porque eu tenho deveres de primeira-ministra. Eu vou porque devo muito à Mulher-Maravilha! Sem Diana eu estaria morta!

— Aggh... e você já esqueceu que sem a Mulher-Maravilha, você não teria morrido? — Ártemis solta o pescoço de Fátima.

— As escolhas que fiz na época, como participar do torneio, foram para trazer uma vida mais decente para nós. Eu morreria de novo, se fosse preciso. Agora saia!

— Não esqueça, Ártemis... — diz Fátima, parada próxima à porta, em tom sério — Você é de Bana-Mighdall.

— Não esqueça você, Fátima... que, assim como Phitia, todas nós somos amazonas! — a porta se fecha, e Ártemis começa a arrumar sua bagagem.

Cidade de Nova York, 16:00 h.

Tróia termina de raspar a calda de chocolate do fundo da taça. Dois homens olham para ela e fazem sinal de "onde está sua amiga?". Donna sorri e faz um sinal para o banheiro.

"Sempre você, Diana... a mais bonita..." — pensa, antes de ser surpreendida com gritos vindos da rua. — Poderoso Cronos!!! — Tróia levanta-se rapidamente da cadeira e leva uma das mãos ao rosto, tapando a claridade do sol para tentar distinguir os três vultos alados que vêm em sua direção — Réia, parecem... cavalos alados?

Três guerreiras vestidas de sol descem como pequenos aviões. Manobras que seriam impossíveis de se realizar nos céus, parecem ser feitas com uma simplicidade indescritível. Os três garanhões alados pousam em frente à titã. A líder toma a dianteira e com um sorriso dispara um laço que prende os braços de Tróia.

— Donna Troy, viemos levá-la para Hel!

— Não tão depressa! — Tróia segura firme o laço e o puxa com força, derrubando a mulher de sua montaria — Quem são vocês?

— Nós somos as valquírias, e temos ordem de levá-la para o local onde repousam os mortos! Atacar!

As duas guerreiras descem de suas montarias e partem em direção a Tróia munidas de espadas. Ainda com os braços amarrados, a titã parte o laço e se esquiva de um golpe de espada com os braceletes. Vira-se e chuta o queixo da oponente, salta sobre ela e a chuta na altura da nuca, garantindo assim uma vitória temporária. Enquanto isso, Diana sai do banheiro e se espanta por não ver nenhum dos clientes nas mesas e empregados atrás do balcão. Ao olhar para frente vê Tróia passando uma rasteira em outra guerreira, e percebe também uma loira de tranças vindo por trás dela, montada em seu corcel alado. A Mulher-Maravilha retira o tampo de uma das mesas e lança como um disco em direção à mulher, mas esta se defende com a espada, partindo a peça de mármore ao meio.

— Quem é você? — pergunta Diana, retirando o casaco de couro e jogando-o ao chão, deixando à mostra os braceletes.

— Eu, amazona, sou Brunhilda, líder das valquírias, e vim buscar Donna Troy para Hel!


Na próxima edição: Cassandra irá mesmo para a Escola Xavier? E não perca também o confronto épico entre a guerreira amazona e a líder das valquírias!


:: Nota do Autor

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