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Cavaleiros do Zodíaco - Samskaras # 04

Por Igor Appolinário

Prelúdio para o Capítulo IV: Samskaras
Parte Final (*)

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Salão Dourado — Santuário de Atena — Grécia

O Grande Mestre do Santuário medita entra as estátuas que representam os signos do Zodíaco. À sua frente está a grande janela que dá para o Zodíaco de Ouro, o caminho formado pelas Casas dos Cavaleiros de Ouro. Mesmo tentando relaxar a mente para indagar o Cosmo sobre as eventualidades do momento, uma pergunta não pára de assolar seus pensamentos:

"O que será que está acontecendo com os Cavaleiros de Ouro na Montanha do Oráculo?"

Topo — Montanha do Oráculo — Grécia

Vocês não devem passar!

Um homem enorme segurando um martelo de ferro gigante ataca os Cavaleiros de Ouro que conseguiram chegar ao topo da Montanha do Oráculo (**). Kiki de Áries, Ikki de Leão, Shun de Virgem, Shiryu de Libra e Hyoga de Aquário tentam escapar dos poderosos golpes dessa desconhecida entidade. O grande salão do Oráculo alquebrado pelo combate.

— Quem é você? — grita Kiki — Revolução Estelar!

Centenas de raios estrelados saem dos punhos do Cavaleiro de Áries e envolvem o oponente, tentando arrancá-lo do chão com um giro circular. Mas o homem parece nem se dar conta do ataque e lança seu martelo contra Kiki.

Muro de Cristal! — grita Kiki, criando uma parede invisível que o protege do ataque — Droga, ele é mais poderoso do que eu imaginei. Façam algo!

— Ninguém resiste ao poder destrutivo de Excalibur! — grita o Cavaleiro de Libra, fazendo um gesto singular com o braço e abrindo um rombo no chão do salão. Mas em vez de se deter, o corte continua seguindo e parte em direção ao inimigo misterioso.

— Nenhum golpe de um mero Cavaleiro vai me atingir!

O gigante apenas interpõe o martelo no caminho do corte, que é rechaçado pela magnífica ferramenta; os Cavaleiros de Ouro ficam embasbacados com tamanho poder.

O restante dos Cavaleiros de Ouro observa o penhasco por onde um deles acabou de cair (**). Nas brumas que cercam a base da montanha, uma figura dourada cai em direção à rocha pura que pavimenta o abismo. Ele não parece nem um pouco preocupado com isso...

— Droga! Nunca mais me pegarão de surpresa. Outra Dimensão!

O tecido do espaço-tempo se rasga e, onde deveria estar o corpo espatifado de Pollux, Cavaleiro de Gêmeos, está apenas a rocha pura e dura.

Pollux! Não!! — grita Ian de Peixes, se preparando para pular pelo penhasco.

— Não faça nenhuma besteira, garoto! — diz Jabbah de Escorpião, segurando o braço dele — Se um Cavaleiro de Atena não consegue preservar a própria vida ele não é digno do posto. Ou ele sobreviveu ou então será honrado por nós com a morte de seu algoz.

— Por falar em algoz, de onde surgiu o ataque? — pergunta Asselus de Câncer, perplexo.

— Não precisam procurar muito, Cavaleiros de Atena. Aqui estamos nós!

Os Cavaleiros de Ouro se viram para parede de pedra da montanha e avistam seis estranhos, trajando armaduras de cores vivas, feitas de algum material indecifrável.

— Quem são vocês e por que nos atacaram? — pergunta Jabu de Capricórnio, pondo-se à frente dos outros.

— Nós somos os Cavaleiros Elementais, e estamos aqui para destruir os Cavaleiros de Ouro em nome de nossa majestade!

— Não vai ser tão fácil assim! — diz Nath de Touro — Estouro de Manada!

Nath ataca primeiro, imensas bolas de energia são lançadas na direção do cavaleiro trajando uma armadura marrom. Mas o homem não parece abalado e apenas faz um gesto com a mão direita. Nath segue com o ataque e quase é atingido pelo inesperado golpe do inimigo: uma grande parede de pedra se ergue do chão e barra os golpes do Cavaleiro de Touro.

— Impossível!

— Nada é impossível para nós. Morram!!

O cavaleiro trajando a armadura vermelha abre os braços e lança dezenas de bolas de fogo contra os Cavaleiros de Ouro. Ian de Peixes se coloca à frente dos outros e concentra seu cosmo.

Ataque de Cardume!

Milhares de pequenos projéteis feitos de luz avançam contra os Cavaleiros Elementais e vão se anulando com as bolas de fogo que estão no caminho. Uma ou outra consegue escapar com golpe, mas é rechaçada por um braço ou perna revestido em ouro.

— Vocês podem escapar de nossos golpes mais fracos, mas não resistiram a nosso poder máxim...

BOOM!

Uma explosão de luz no espaço entre os oponentes, distrai o cavaleiro que falava e traz a arena um dos lutadores que julgavam derrotado: Pollux, Cavaleiro de Gêmeos.

— Agora que todos estão aqui, podemos começar. — diz Pollux, com um brilho sinistro no olhar.

Em algum lugar da Europa

Seiya, o Cavaleiro de Bronze de Pégaso, percorre uma das inúmeras estradas de terra que levam até o Santuário de Atena, na Grécia. O suor escorre por sua pele e sua respiração ofegante mostra o cansaço do corpo, mas o Cavaleiro de Atena segue perseverante, com uma única coisa em mente:

"Espere por mim, Saori. Eu vou te salvar do que quer que seja..."

— Quem é você? — grita Shun de Virgem — Tempestade Nebulosa!

Ventos espectrais do cosmo açoitam a pele do gigante com o martelo, mas seu corpo não dá nenhuma amostra de cansaço ou ferimento.

— Eu sou Hefesto, deus da metalurgia! Ferreiro dos deuses, que forjou a magnífica Égide de Zeus!

— E por que nos ataca, desgraçado?! — diz Ikki de Leão — Lightning Bolt!

Um trovão atravessa a cúpula do salão e cai sobre Hefesto, mas o deus apenas ergue seu martelo divino e o trovão é absorvido. Ele abaixa o braço e o aponta na direção de Ikki, o trovão que vai ribombando pelo salão quase o atinge.

— Vocês devem partir, Cavaleiros de Atena. Sua amada deusa está em poder de outro alguém muito mais poderoso do que vocês imaginam. Nada tenho a ver com os motivos de sua captura, mas aviso-lhes de que devem permanecer longe da fúria desta deusa.

Pó de Diamante!

O ataque de Hyoga é rápido e certeiro, mas antes que esteja na metade de seu percurso, o deus da metalurgia desaparece em um estrondo metálico. Shun corre até o final do salão e fica aliviado ao ver que a pedra do Oráculo continua inteira. Ele concentra seu cosmo e toca a rocha.

— Diga-nos, sapientíssimo Oráculo, que destino se reserva para Atena e qual é a identidade de seu inimigo...

Os olhos esculpidos na pedra se abrem e mostram íris das mais lindas cores do arco-íris, uma voz cavernosa e cheia de sabedoria ecoa pelo salão:

— Cavaleiro de Atena, a mim não é permitido revelar o destino de ninguém, bom ou mal, deus ou mortal... quanto a quem tomou Atena sobre custódia divina, você e seu mestre já sabem quem é... ela é a mais divina das deusas... ela é...

Do In!

Galope de Capricórnio!

Asselus e Jabu atacam dois dos Cavaleiros Elementais enquanto o resto do grupo confronta os outros quatro. Em uma batalha complicada, onde nenhum dos lados parece mais forte do que o outro, os Cavaleiros de Atena tem que lidar com mais um empecilho.

— Droga, eles estão controlando o ambiente! — grita Ian de Peixes, se desviando de uma tromba d'água.

Ferroada Profunda! Não podemos fazer a nada a não ser detê-los, essa luta não avança!

— Hunf! Vocês são fortes, Cavaleiros de Atena! — diz o cavaleiro da armadura branca — Mas não serão páreos para nós, quando nos encontrarmos novamente.

Os Cavaleiros Elementais se reúnem e desaparecem em uma explosão esbranquiçada. Os Cavaleiros de Ouro permanecem atentos, esperando algum ataque traiçoeiro. Quando mais nenhum cosmo estranho é sentido, eles relaxam e voltam à subida da montanha. No topo, eles encontram o restante dos Cavaleiros de Ouro, todos eles muito consternados.

— Eu estou indo, essa informação deve ser dada logo. — diz Kiki, se teleportando para longe.

— Onde ele está indo, Ikki? — pergunta Jabu, perplexo.

— Ele está indo até o Grande Mestre para lhe informar o nome do nosso inimigo...

— E vocês já sabem que é?

— Sim, Cavaleiro de Escorpião, nossa terrível inimiga é a mais poderosa das deusas: Hera...

Salão Dourado — Santuário

Seiya adentra o local sagrado e procura o poderoso, mas conhecido, cosmo que o permeia. Ele vê as pequenas estátuas dos signos e, contornando algumas colunas, chega a que representa Sagittarius. Ele toca a peça de ouro e, com a velocidade da luz, a armadura dourada de Sagitário se materializa no salão.

— Sim, ex-Cavaleiro de Pégaso, você é aquele que Atena esperava. O único homem com honra e poder suficientes. Tome o que foi lhe dado pela graça divina.

Seiya se vira e vê o Grande Mestre. Reconhecendo os símbolos de autoridade que o homem carrega, Seiya se curva em reverência.

— Onde está Atena, Grande Mestre? E os demais Cavaleiros?

— Os Cavaleiros de Ouro partiram em missão para desvendar o paradeiro da Grande Atena. Mas não se precipite em ir ao encontro deles, creio que a tarefa a eles designada já foi cumprida...

Areópago

Atena cochila sobre o divã, os raios do sol batendo em seus pés como leves cobertores feitos de luz. A porta do "cativeiro" onde ela está sendo mantida, na verdade uma magnífica sala toda decorada com afrescos e artefatos gregos, se abre e uma jovem de cabelos dourados, a mesma que trouxera bebida para Saori,

entra. A deusa da sabedoria se levanta e encara a jovem com olhos tão claros e inquisitivos que nem parece que ela estivera dormindo.

— Creio que seja a hora de me levar... Hebe.

— Sim, minha irmã, você já está sendo esperada.

Hebe sai da sala e é seguida por Atena, que leva na mão esquerda seu poderoso báculo. Elas passam por corredores cercados por colunas e de onde se vê uma bela paisagem campestre ao entardecer.

— Isso é algum tipo de feitiço, não?

— Minha senhora prefere a vista das pradarias à antiga, mas para mim tanto faz, tudo são apenas ilusões...

Elas chegam até o fim do corredor principal e se encontram de frente para gigantescas portas de ferro, repletas de inscrições em grego.

— "Este é o tribunal supremo da Grécia. Aqui, deuses e homens serão julgados pelo belicismo de seus atos...". Humm... apropriado...

Hebe empurra uma das folhas da porta com extrema facilidade e dá passagem a Atena, que entra no salão destemidamente. Um círculo de colunas e chão de mármore se abre a sua frente, no extremo oposto à porta uma escadaria leva até um grande trono de pedra polida. Sentada na escadaria está a jovem de cabelos escuros que trouxera Atena até este templo: Ilítia. Sobre o trono, aquela que até então se manteve oculta da percepção do cosmo de Atena: Hera, senhora do Olimpo.

— Pois bem, Atena, filha favorita de meu marido. É chegada hora do castigo!

Salão Dourado

— Grande Mestre! Onde está o senhor?!

— Aqui, Cavaleiro de Áries, que notícias trazes para mim?

— Senhor, já sabemos quem ameaça Atena. É a grande deusa Hera!

— Humm... como imaginava. Ela que retribuição, Atena sofrerá um castigo terrível de Hera por tê-la feito perder algo querido...

— Então vamos detê-la! — diz Seiya, surgindo dos aposentos do Grande Mestre — Vamos impedir que ela fira Atena!

— Seiya! Que maravilhosa surpresa! Alegra-me saber que seu corpo lhe obedece novamente!

— Não há tempo para felicitações, Kiki. Vá chamar os outros Cavaleiros de Ouro, diga-lhes para vir o mais rápido possível. Eu sei onde Atena se encontra e é lá que se dará a grande batalha...


Continua em outra minissérie em breve...


:: Notas do Autor

(*) Conto inspirado no mangá "Cavaleiros do Zodíaco" de Masami Kurumada, o qual apresenta algumas diferenças em relação ao anime. Por exemplo: ele é dividido em 3 capítulos (Santuário, Poseidon e Hades), sendo o episodio "Asgard" exclusivo do anime. Mais diferenças serão percebidas durante o conto... voltar ao texto

(**) Na edição anterior. voltar ao texto




 
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