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Cavaleiro da Lua - Na Mira do Assassino # 02

Por Robson Costa

Na Mira do Assassino
Parte II

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— Como ele está, Steven? — pergunta Marlene, ao ver Marc Spector e Nick Fury, entrarem no quarto do hotel.

— Ele está bem, Marlene. Apesar de ter recebido três tiros à queima-roupa, nenhum órgão vital foi atingido.

— Ele vai se recuperar. — fala Nick Fury, enquanto acende um charuto — Porém, vai ficar em observação no hospital. Não dará para vocês o visitarem agora.

Marlene abraça Spector, preocupada com a situação do amigo hospitalizado.

— Mas como? — ela pergunta — O Francês não seria pego tão facilmente.

— Também não sabemos o que aconteceu, Marlene. — responde Spector — Mas assim que ele acordar, descobriremos.

— Por enquanto a sua missão continua, Spector. — fala Nick Fury — Já morreram duas testemunhas. Elas são muito importantes. Seja mais cuidadoso.

O chefe da SHIELD se despede e sai do quarto do casal, enquanto Steven Grant consola Marlene.

Vulto, enfim, consegue chegar ao quarto e retira o seu disfarce de garçom. Primeiro, o Cavaleiro da Lua. Agora, o Francês.

"Isto está cheirando a uma armadilha." — ele pensa. Tomará mais cuidado, enquanto observa as fotos dos seus três últimos alvos.

Grant entra na academia de ginástica do hotel e logo encontra o seu alvo: Anthony Ford. Ele corre em uma esteira. Ford está um pouco acima do peso, devido à vida sedentária. Grant se pergunta como aquele sujeito pode ser uma dor de cabeça para um cartel do narcotráfico. Ele, então, se dirige a uma outra esteira vaga ao lado do advogado. Displicentemente, ele cumprimenta Ford e começa a correr no aparelho.

— Me desculpe, — fala Ford — mas você não é Steven Grant?

— Sou eu mesmo.

— Muito prazer. Meu nome é Anthony Ford. O meu escritório já intermediou vários negócios das suas empresas...

E, logo, a conversa entre os dois homens passa a ser sobre negócios, bolsa de valores, investimentos. Marlene observa-os, com um riso de ironia. Ela sabe que Grant odeia este tipo de conversa. Para Spector, Grant é apenas um disfarce. Ela termina de tomar o suco quando vê chegar Gabrielle.

— Marlene, eu estava te procurando. — fala a modelo.

— Mas o que aconteceu?

— Você poderia fazer uma substituição? Uma das modelos caiu de cama e está sendo muito difícil encontrar uma outra. Aí me lembrei dos velhos tempos em que Marlene Alraune arrasava nas passarelas.

— Mas foi tão pouco tempo...

— Ah, por favor. Por favor.

— OK, eu faço a substituição, mas o que o Camotti acha?

— Venha comigo e vamos descobrir.

Gabrielle pega o braço de Marlene e a leva até o encontro do estilista Marcello Camotti. As duas o encontram no salão principal ensaiando as modelos. Camotti sofreu um acidente de carro há alguns anos atrás e, desde então, está em uma cadeira de rodas. Ao lado dele, sempre está a sua filha, Gina Camotti, presidente da Maison.

— Marcello, quero que você conheça a minha melhor amiga: Marlene Alraune. — fala Gabrielle.

— Encantado. — fala o estilista, beijando a mão de Marlene.

— Esta é Gina, filha do Marcello. É uma das maiores empresárias do ramo da moda.

— Prazer em conhecê-la, senhorita Alraune.

— O prazer é todo meu.

— Gina, — fala Gabrielle — eu convidei a Marlene para substituir a Claudia. Algum problema?

— Não, Gabrielle. Gostei da idéia. Ela e Claudia possuem o mesmo corpo, nem precisaremos mexer muito nas roupas que ela usaria. O que acha, papai?

— Excelente idéia. A senhorita não importaria de nos ajudar? Está sendo muito difícil encontrar uma substituta...

— A Gabrielle já me relatou o problema e será um prazer desfilar para a sua grife.

— Excelente!

Grant se enxuga, enquanto agradece por ter se livrado do papo de Anthony Ford. Marlene não tinha voltado. De repente, batem à porta do quarto. Grant veste um roupão e abre a porta.

— Senhor Grant! — cumprimenta um homem alto — Meu nome é Alex Graham.

— Prazer. — cumprimenta Grant.

Grant reconhece o visitante. É o agente do DEA, a última testemunha do caso.

— Posso entrar para conversarmos?

— Desculpe-me, sobre o que seria o assunto?

— Sobre a sua outra identidade, senhor Grant. Ou melhor, Cavaleiro da Lua.

Grant se surpreende com a revelação. Meio a contragosto, ele abre a porta e Graham entra.

— Não se preocupe, senhor Grant. Quem me revelou a sua identidade foi o coronel Nick Fury.

— Muito bem. Apesar de não ter gostado, vamos conversar.

— O principal motivo que eu estou aqui é que depois das duas mortes, eu fiquei preocupado e achei melhor inteirá-lo de todo o caso.

— Fury me passou uma pasta com todos os detalhes possíveis. O que mais você pode acrescentar?

— Senhor Grant, não vai haver depoimento nenhum. Tudo isto é uma armadilha para pegarmos o Vulto.

— O que?! Como é?

— O DEA e a SHIELD estão atrás de Vulto há muito tempo. Vulto possui contratos com vários cartéis do narcotráfico e já perdemos vários agentes e testemunhas, assassinados por este mercenário. A SHIELD perdeu vários operativos na Europa mortos pelo Vulto. Por este motivo, decidimos unir as forças e criarmos uma armadilha para pegá-lo. Fizemos contato com ele e o trouxemos para Nova York, pois a SHIELD tinha conhecimento que o senhor havia conhecido o Vulto sem o disfarce.

— Tudo isto é uma armadilha? E as pessoas que serão testemunhas?

— Torressini e Lang eram agentes nossos disfarçados. A senhorita Gabrielle e o senhor Ford são civis. Achávamos que conseguiríamos capturar Vulto antes. Mas com a morte dos nossos agentes, eu fiquei preocupado. Vulto poderá atacar os dois civis que não têm conhecimento de nada.

— E como vocês os escolheram?

— Devido ao desfile e pela investigação, descobrimos a amizade entre Gabrielle e sua namorada, a senhorita Marlene. O senhor Ford foi uma escolha ao acaso. Ele seria um hóspede do hotel no período.

Grant é tomado pela raiva. Transformou-se em um joguete. Inocentes foram colocados na linha de tiro. A ira toma conta e Grant desfere um soco contra Graham. O agente não esperava a reação e cai. Ele se levanta, com o canto da boca sangrando.

— Senhor Graham! Eu terminarei esta missão, mas já dê um recado para o Fury: não me envolva mais nestes joguinhos de espionagem.

Neste momento, a porta do quarto abre e surge Marlene. Graham aproveita para sair.

— Steven, o que aconteceu aqui?

— Senta que eu lhe conto a história toda.

Rapidamente, Grant narra toda a visita de Alex Graham.

— Mas, que horror! Gabrielle pode morrer nas mãos deste assassino!

— Eu sei e, além dela, tem o Ford.

— Mas, Steven, se eles o contrataram para que ele caísse na armadilha, por que não o capturaram no momento do contato?

— Porque nunca é ele que faz o contato. Ele troca de intermediário. As únicas pessoas que conhecem o rosto de Vulto são eu e o Francês.

— Steven, e agora? O que faremos?

— Possivelmente Vulto atacará no desfile. Temos que nos preparar.

— Gabrielle, — fala Marlene para a amiga — quero que conheça meu namorado, Steven Grant.

— Prazer em te conhecer.

— O prazer é todo meu.

— Gabrielle, Marlene, vamos! — chega Gina Camotti.

— Gina, — fala Gabrielle — este é Steven Grant, o namorado de Marlene.

— O milionário?! Prazer em conhecê-lo.

— As roupas da sua grife estão muito bonitas. Tenho certeza que serão um sucesso aqui em Nova York. — fala Grant.

— Obrigada. Mas o verdadeiro criador de tudo é o meu pai. Quero que o conheça. Pai, este é Steven Grant.

Marcello Camotti estava de costas. Ele vira-se e encara Grant, enquanto o cumprimenta.

— Obrigado pelo elogio, senhor Grant. — fala Marcello — Irá acompanhar o desfile?

— Mas é claro. Marlene participará dele.

— Então, por favor, precisamos fazer os últimos preparativos...

— Ah, sim, entendo. Marlene, boa sorte.

Grant beija a namorada e sai dos bastidores do desfile. Antes de se sentar, ele verifica onde estão sentados Graham e Ford e os cumprimenta de longe, sendo correspondido. O desfile começa e acaba sendo um grande sucesso. Camotti é aplaudido de pé. No final, Grant retorna aos bastidores para se encontrar com Marlene. Ela conversava com Gabrielle e Gina. Ele chega, cumprimenta a todos e fala com Marlene:

— Já reservei a mesa para o jantar e temos alguns convidados. Gabrielle, — pergunta Grant à modelo — deseja juntar-se a nós?

— Mas é claro. Tenho que certeza que será uma noite divertidíssima.

— E você, Gina?

— Desculpe, senhor Grant. Mas o final de um desfile tem mais trabalho que a organização dele.

— Tudo bem. Vamos, garotas.

Quando Grant chega no restaurante do hotel com Gabrielle e Marlene, os seus convidados já se encontram sentados: Alex Graham e Anthony Ford. O jantar transcorre animado. Gabrielle e Graham trocam insinuações, enquanto Ford e Grant travam mais uma conversa sobre negócios. Pouco a pouco, o restaurante vai esvaziando. No final, só sobram a mesa de Grant, uma banda de jazz e uma garçonete. Grant bebe uma taça de conhaque e vira para os seus convidados:

— Sabe, Ford e Gabrielle, que este encontro não foi mera coincidência?

— Do que está falando, Steven? — pergunta Gabrielle.

— Sabia que vocês são alvos de um assassino de aluguel perigoso chamado Vulto?

— Mas como? Por quê? — pergunta um Ford atônito.

— Porque vocês foram escolhidos pela DEA para serem alvos. A agência espalhou que vocês são testemunhas de acusação contra um cartel do narcotráfico.

— Grant, — fala Graham — pare com isso. Você está louco? Está estragando tudo!

— Estragando?! Marlene, você sabia sobre isso? — pergunta Gabrielle.

— Depois de tudo que aconteceu, acho que a melhor maneira de protegê-los é lhes contar toda a verdade. — fala Grant.

— Protegê-los?! Não diga absurdos!

A discussão se exaspera. Graham e Grant levantam-se e continuam a bater boca. De repente, Grant joga um de seus bumerangues em forma de lua contra o baterista da banda de jazz. Os outros músicos se assustam e afastam-se correndo. No mesmo momento, Spector, de um salto, chega até o palco e derruba o músico atingido. Spector enfia os dedos no rosto do músico e arranca o disfarce. Marlene reconhece:

— Mas é o Marcello Camotti.

— Não, Marlene, ele é o Vulto. — fala Grant, segurando na mão esquerda o rosto falso que o assassino usava.

Tiros são ouvidos e Alex Graham cai. A garçonete, que tinha saído do salão, surge com uma pistola na mão. Ela também retira o disfarce, ao mesmo tempo em que rende Marlene.

— Mas o que está acontecendo aqui? — pergunta Ford, mais atônito ainda.

— Spector, solte o meu pai ou a sua amiguinha vai fazer companhia àquele seu companheiro. — fala a garçonete, na verdade, Gina Camotti.

Spector analisa a situação e decide ajudar ao assassino a sentar-se na cadeira de rodas.

— Eu sabia que aquele favor para o Bushman iria me custar alguma coisa. — fala o assassino.

— O que te aconteceu, Vulto? — pergunta Spector.

— Após aquela missão, sofri um acidente de carro. Escapei com vida, mas ele me custou as pernas. Agora eu era um inválido. Porém, como sempre fui precavido, já estava treinando Gina para me substituir para que Vulto continuasse. Assim, Gina cumpria as minhas missões como Vulto. Sabe, Spector, eu gostei de você quando te conheci, mas, agora, terei que eliminá-lo.

Vulto saca de uma arma e aponta para Marc Spector. Porém, antes que pudesse atirar, Graham se levanta e dispara contra o assassino, o matando. Gina solta um grito de raiva e mira para o agente da DEA. Marlene aproveita e se desvencilha dela. Spector aproveita e lança vários dos seus dardos, desarmando Gina e colocando-a a nocaute.

Mais tarde, Nick Fury, Marc Spector, Alex Graham e Marlene estão sentados no restaurante do hotel. A polícia já havia levado Gina e recolhido o corpo de Vulto. Ford e Gabrielle já haviam subido para os seus quartos.

— Eu ainda não tinha visto Vulto. — fala Spector. — Na verdade, eu reconheci primeiro Gina, pela foto que ele havia mostrado para mim e Francês. É claro que ela havia crescido, mas as feições eram as mesmas. Foi quanto Gina me apresentou ao Marcello Camotti que o reconheci e, é claro, ele me reconheceu também. Fiquei preocupado com o que poderia acontecer e, logo que saí dos bastidores, entrei em contato com Graham e expus o meu plano. Graham concordou, subiu para o seu quarto e vestiu um colete à prova de balas. Fiz os convites ao Ford, Gabrielle e Gina, já sabendo que ela recusaria. Durante o jantar, sabia que Vulto e sua filha estariam ali, porém disfarçados. Por este motivo, eu e Graham usamos de todos os subterfúgios para que todos ficassem à mesa, até que houvesse poucas pessoas no salão. Quanto percebi que só estávamos nós, uma garçonete e a banda, comecei a encenação que havia combinado com Graham e revelei o plano da DEA para Gabrielle e Ford. Logo percebi a reação da garçonete e do baterista. E depois vocês sabem o que aconteceu.

— Isto explica porque o Francês foi pego. — fala Marlene — Ele se surpreendeu ao revelar o disfarce do Vulto e dar de cara com a Gina.

— Exatamente. — fala Nick Fury — E, por falar nele, antes de vir para cá, passei no hospital. Ele já acordou e, logo, receberá alta.

— Quanto às suas identidades, — fala Graham — falei para Gabrielle e Ford que vocês não eram os verdadeiros Steven Grant e Marlene. Como Vulto te chamou de Spector, eles acreditaram. Apesar de todo o susto, eles estão bem.

— Muito bem, então já vamos. — fala Spector — E, Fury, não me procure mais.

Spector e Marlene levantam-se da mesa, cumprimentam os amigos e vão embora, enquanto uma nuvem cobre parte da lua cheia que surge.




 
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