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Birds of Prey - When The Birds Pray # 03

Por Igor Appolinário

O Começo...

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Torre do relógio — Gotham

Tentáculo, Kobra, Hidra, império de Ra's Al Ghul ("mesmo ele sendo quase um fantasma"), LexCorp e quase todas as organizações criminosas do mundo.

"Além de diversas empresas asiáticas. Consegui informações de que alguém por lá tem assuntos mal resolvidos por aqui."

Oráculo começa a invadir sistemas particulares de empresas. "São as últimas opções que eu tenho. Quem teria contratado Shiva ?"

"Achei!!!" — Oráculo comemora ao encontrar indícios após cruzar referências em alguns sistemas da empresa japonesa TasukiCom — "Espero que não sejam enganos como das outras vezes."

Oráculo se aprofunda mais e mais dentro dos sistemas e relatórios secretos da empresa.

— Meu Deus!! Não pode ser verdade! — diz ela, ao encontrar o que procurava…

Memorial de Lincoln — Washington, DC

Shiva está parada, imóvel. Dinah está em posição de combate, mas seu coração está disparado. Ela vai enfrentar a melhor artista marcial do mundo e pode morrer nessa batalha.

Shiva esta vestindo uma malha branca colada ao corpo, e que a cobre por inteiro até o pescoço. Por cima, usa um sobretudo roxo, com listas verticais pretas. Essa combinação faz Canário sentir que Shiva é ainda mais perigosa, como as abelhas que são listradas de amarelo para avisar os inimigos de que são venenosas.

Dinah veste seu uniforme de Canário Negro, preto com uma faixa azul no centro. Ela também veste um sobretudo, mas marrom, para esconder seu uniforme.

— Vamos, por que quer tanto saber sobre mim?

— Vim aqui impedir seus planos, Shiva!

— Você acha realmente que pode derrotar Lady Shiva? Pois esse é o único jeito de me parar.

— Eu vou acabar com seus planos, nem que para isso seja preciso te enfrentar.

— Pois bem, já que você pediu por isso…

Numa fração de segundo, Shiva desfere um golpe em Canário, fazendo-a cair fora do monumento.

— Você é lenta, e nem conseguiu se defender. — diz Shiva, na entrada do monumento.

— Você me pegou de surpresa, mas isso não vai mais acontecer. — responde Canário, tirando o sobretudo — Agora é pra valer.

Canário dá um salto acrobático na direção de Shiva, que apenas se desvia. Canário cai em pé dentro do monumento e se vira pra Shiva. Esta salta e, como se voasse, passa por cima de Canário e lhe dá um chute nas costas.

"Eu não sou páreo pra ela. Se até o Batman reluta a encará-la, imagina como eu vou sair daqui. Tenho que usar minha inteligência!" — pensa Dinah, caída no chão.

Shiva aproxima-se de Dinah e prepara-se para desferir um golpe fatal.

— Você humilha a classe das lutadoras, deve morrer por esse desrespeitooohh…

Sem pensar, Canário dá uma rasteira em Shiva, fazendo-a cair de costas no chão. Canário corre para fora do monumento e avista carros de polícia se aproximando. Ao olhar para trás, vê que Shiva desapareceu.

— Alguém deve ter chamado a polícia e Shiva fugiu. Tenho que ver se Jimmy está bem.

Dinah volta ao monumento e encontra Jimmy ainda desmaiado. Ela deixa um recado para a polícia, dizendo que Lady Shiva feriu o homem e que ele precisa de atendimento médico.

— Agora eu vou embora.

Dinah pega seu sobretudo e sai pelos fundos do monumento, certamente o mesmo lugar por onde Shiva fugiu.

No hotel — Washington

Dinah entra no quarto e deixa o sobretudo em cima da cama. Entra no banheiro e liga o chuveiro.

Durante o banho, seu comunicador toca e ela sai correndo do banheiro, enrolada em uma toalha.

— Canário Negro falando.

Que bom que te encontrei, Dinah. Achou Shiva?

— Sim, e acabei de enfrentá-la…

Você enfrentou Shiva? Como você está?

— Estou bem, mas um pouco dolorida… ela bate forte… eu consegui escapar e quando a polícia chegou, ela fugiu.

Ela não quer comprometer o contrato. Dinah, ela vai matar o presidente no encontro de hoje à noite.

— O presidente? Você quer dizer… o nosso presidente?

Exatamente, Dinah. Um empresário japonês que disputa há anos com os EUA não ficou nada feliz com o desacordo americano no protocolo de Kyoto.

— Mas por que matar o presidente?

Acho que ele espera que o sucessor do presidente aceite o protocolo. Temos que colocar nosso plano em ação.

— Certo, contate os "figurões". Só preciso descobrir onde Shiva está, para poder seguí-la.

Espero que você consiga a informação. Entramos em contato depois. Desligando.

Hospital geral de Washington — quarto 15

Dinah caminha até a porta do quarto 15, é o quarto de James Brookes, o nome verdadeiro de Jimmy Capeta.

"Eu tenho que saber onde está Shiva." — pensa.

No quarto, Jimmy está dormindo. Uma enfermeira está sentada ao lado dele. Dinah se dirige a ela:

— Ele está consciente? A senhora acha que posso falar com ele?

— Bom, não é muito aconselhável, mas vou acordá-lo.

A enfermeira injeta algo no soro de Jimmy e sai. Ele vai acordando aos poucos, vê Dinah e sorri.

— Acho… que não foi dessa… vez que ela… acabou comigo.

— Ainda bem. — Dinah retribui o sorriso — Jimmy, você precisa me dizer onde Shiva pode ser encontrada.

— Por incrível que pareça, gata, ela está hospedada no seu hotel…

O quê? Ela esteve lá todo esse tempo?

— Eu sei… mas não tive tempo de te avisar...

— Jimmy, como descobriu isso?

— Já trabalhei para a máfia. Ela controla essa cidade. Ninguém chega aqui sem que um dos chefões saiba. Eu tenho um amigo que ainda está por dentro da coisa… ele me disse que o chefe dele percebeu a chegada de uma estranha mulher oriental que precisava de equipamentos… o resto é história.

— Obrigada, Jimmy. Espero que melhore logo.

Dinah abre a porta do quarto, mas antes que saia, Jimmy diz:

— Gata, sempre que vier a Washington, me procure!

Hotel

Na tentativa de ser discreta, Dinah está instalada em um hotel pequeno. Depois de saber que Shiva está no mesmo hotel, ela acha que a escolha foi muita sorte.

"Pena que o computador deles não tem ligação com a rede. Vou mesmo ter que fazer isso."

No hotel, Dinah se dirige ao balcão de atendimento. O gerente está paparicando uma hóspede quando ela se aproxima.

— Madame Nevis, o hotel não tem ratos… — o gerente pára no meio da frase ao ver Dinah, que usa um vestido insinuante — Me desculpe, Madame, tenho que atender outra cliente.

— Boa noite. Sou Daisy Lens e preciso muuuito de um favor seu.

— Bem, madame Lens, em que posso ajudá-la? — diz o gerente, arrumando a gravata.

— Preciso que uma jóia seja guardada em seu cofre, uma jóia muito valiosa.

— Madame, me desculpe, mas este hotel não tem cofre.

— Que pena, apreciaria tanto sua ajuda... — ao dizer isso, Dinah se debruça no balcão, mostrando o voluptuoso decote.

— Bem… bem… vou ver o que posso fazer pela senhora.

O gerente se afasta e Dinah procura o computador. Quando o encontra, insere um pequeno dispositivo em uma das saídas traseiras do gabinete. Dispositivo este que dá acesso total ao micro a Oráculo.

— Agora é com você, Barb. — fala Dinah, ao comunicador.

Dinah, Shiva está no quarto abaixo do seu…

— Isso está ficando cada vez mais surreal! Às vezes até vigilantes precisam de sorte…

Dinah espiona Shiva. Usando uma microcâmera instalada na janela do apartamento da oriental, ela pode ver o que acontece no quarto abaixo. A assassina se prepara para o crime.

Aparelhos de invasão e armamento ninja, tudo sendo testado e re-testado.

Você já sabe o que fazer? — diz Oráculo, receosa.

— Sei, vou seguir Shiva e entrar em ação na hora "H". — diz Dinah — E não precisa ficar preocupada comigo, Barb.

Por que eu ficaria? Ela é só uma assassina profissional…

Às 6 horas em ponto, Shiva sai do quarto e Dinah a segue. Ela poderia ter avisado a polícia e Shiva poderia ser presa muito antes de chegar na Casa Branca. Ou não. De qualquer forma, Oráculo tem um plano melhor. Shiva tem que ser surpreendida.

Casa Branca — Washington, DC

Shiva se aproxima do portão principal. Muitos repórteres cercam a Casa Branca, pois o encontro entre o presidente americano e o primeiro-ministro japonês com certeza renderá muita notícia.

"Ainda mais se houver um assassinato." — pensa Dinah, nada admirada com o movimento.

Dinah observa de longe. Ela sabe que Shiva percebeu sua presença, mas ainda vai continuar a seguí-la, pois o plano de Oráculo já deve estar em andamento.

Shiva se esgueira na multidão e Canário a perde de vista.

"Droga, ela conseguiu fugir! Tenho que encontrá-la." — Dinah percorre as imediações da Casa Branca e, inesperadamente, encontra um bueiro entreaberto.

Dinah entra no bueiro e segue marcas de passos deixados no limo do esgoto. Depois de percorrer muitos metros, aparentemente em círculos, Dinah encontra uma pequena passagem aberta no topo do túnel. Ao observar mais de perto, vê que foram usadas pequenas cargas explosivas para abrir uma passagem, e ao entrar, se vê dentro de uma sala de caldeira.

"Ela invadiu a Casa Branca debaixo do nariz do serviço secreto!"

Dinah vê uma grade de duto de ventilação aberta. Ao olhar de perto, observa que Shiva desativou alguns sensores laser e entrou no duto. Ela segue os passos da assassina e termina a trilha no telhado da Casa Branca.

Dinah é rápida, e antes de sair do duto pode ouvir barulho de luta. Ossos quebrando, deslocando, sangue esparramando-se no chão. Dinah coloca a cabeça para fora do duto a tempo de ver Shiva cortando o vidro de uma clarabóia.

Shiva penetra pela clarabóia e se esconde atrás de uma cortina. Da clarabóia, Dinah vê a assassina se escondendo. De lá ela também vê dois homens, trajados socialmente, entrando na sala.

"O presidente e o primeiro-ministro." — ela imagina, já que a distância e o ângulo não permitem que ela veja os rostos dos homens — "Está na hora de agir."

Canário Negro pula pela clarabóia e cai no meio da sala. O presidente e o primeiro-ministro ficam imóveis, mas Shiva salta de seu esconderijo em direção a Canário. Enquanto Shiva está no alto, Dinah quebra o lacre de algo que segurava na mão.

A sala se enche de luz e gás. Gritos e sons de tiros são ouvidos dentro da sala. Depois de alguns minutos, todo o gás evacua pela clarabóia aberta. Shiva está caída no chão, nocauteada pelo gás do sono. Canário, o presidente e o primeiro-ministro, todos usando mascarás de gás, estão de pé.

— Parabéns, agentes. Shiva não desconfiou da suas identidades. — diz Canário, cumprimentando dois agentes da SHIELD, disfarçados de presidente e primeiro-ministro.

— Foi um prazer ajudar você, Canário Negro. — diz o "presidente", babando para Dinah — Me dá um autógrafo?

— Mais tarde, agente! — diz um superior, ao entrar na sala — Agora saiam daqui.

Todos os agentes da SHIELD deixam a sala. Dinah e o superior conversam.

— Obrigada pela ajuda. — diz Canário.

— Não foi nada. — responde o agente — Seu amigo, o agente Lecroix, também nos informou sobre Shiva. O incidente no Memorial reforçou a veracidade dos fatos.

— Foi ótimo a SHIELD poder nos ajudar.

— Foi um prazer. Mas na próxima vez vamos ter que acertar algumas contas com você, vigilante fora-da-lei, e com o hacker conhecido como Oráculo. Por hoje basta, nossas unidades já partiram. Eu estou na última, a que levará a assassina.

— Certo. Mas o que vão fazer com Shiva?

— Vamos mandá-la pra Lápide ou pra Belle Reve (*), a que tiver melhor segurança. Na minha opinião, ela merece coisa pior…

— É melhor amarrá-la bem.

Shiva está tonta. Ela foi nocauteada por algum gás sonífero e seu corpo parece gelatina. Ela está amarrada a uma cadeira.

"Deveria ter desconfiado da facilidade em invadir. E eu acreditando na incapacidade do serviço secreto."

Seus captores conversam a sua frente. Eles não perceberam que ela acordou. Ela tem que ser rápida. A SHIELD não vai facilitar as coisas. Shiva sente que suas amarras estão frouxas.

"Eles não sabem nem fazer nós." — ela pensa, enquanto se impulsiona, fazendo a cadeira cair de costas no chão e quebrar. Com um movimento rápido, livra os pés das amarras e passa as mãos, presas por algemas, para a frente do corpo.

Canário ouve o barulho da cadeira e olha para Shiva, que já está de pé e corre para a janela. Ela tenta alcançar a fugitiva, mas Shiva se lança pela janela, caindo no jardim exterior. Canário olha pela janela quebrada e vê Shiva sumir em uma pequena rua, desviando dos tiros dos poucos agentes da SHIELD que ainda estão no local.

Epílogo 1: Japão

Shiva caminha pela Tóquio noturna. Ela sabe que está em perigo, voltando ao Japão sem cumprir o contrato que fez com um poderoso empresário japonês. Ela não teve escolha; o presidente agora está bem guardado e o executivo disse que aquela seria sua única chance, mas exatamente por isso voltou aqui.

Ela odeia ser caçada, principalmente por amadores, como os que o empresário contratou para pegar sua cabeça. Um deles a segue de longe, ela sabe que pode derrotá-lo facilmente. Ele será um recado ao empresário.

"Ninguém ameaça Shiva." — ela pensa, enquanto planeja o que vai fazer depois de resolver esse "probleminha".

— Canário Negro e Oráculo… elas devem pagar por entrar no caminho de Lady Shiva Woosan!

Epílogo 2: Torre do relógio — Gotham

No apartamento de Bárbara Gordon, na torre, ela e Dinah conversam animadamente.

— Dinah, fico imaginando a adrenalina que você viveu.

— Realmente, eu não estava me sentindo tão segura. Mas tudo deu… quase certo. Shiva conseguiu escapar.

— E deve estar enfrentando as conseqüências da derrota. O contratante não vai livrá-la tão fácil.

— E por falar nele, vamos deixá-lo sair dessa impune, Barb?

— Claro que não. Amanhã ele vai ter o pior dia de sua vida. Crash simultâneo nos sistemas da empresa, ações em baixa, a Interpol atrás dele. O sr. Tasuki vai se arrepender de ter contratado Shiva.

— E ela também não deve estar nada contente conosco…


:: Notas do Autor

Chega ao fim nossa minissérie. Agradeço a atenção de quem leu e espero nos revermos em um título regular de Birds of Prey. Tchau!!!

(*) Lápide e Belle Reve são prisões para supercriminosos. A Lápide é a mais barra pesada de todas (se bem que Iron Heights também é jogo duro).



 
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